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O futuro do esporte é a Ásia
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A inversão dos pólos não é apenas uma consideração científica, é também uma questão geopolítica. O esporte, um dos maiores instrumentos de soft power, é a sua manifestação mais visível. Nos campos, nos circuitos e nos estádios, a Ásia é a nova Europa.
Em 1º de fevereiro de 2019, o jogador de futebol do Catar Akram Afif marcou o gol da vitória de seu país na final da Copa da Ásia sobre o Japão, nos Emirados Árabes Unidos. Poucos dias depois, Parag Khanna publicou o seu texto profético “O Futuro é Asiático”, no qual explica como um pivô do Norte Global para o Sul Global trará a ascensão de nações de toda a Ásia a novas posições de poder internacional à medida em que o século XXI progride.
Para o Catar, esta ascensão começou a ganhar velocidade nove anos antes quando, em 2010, conquistou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2022 da FIFA. No entanto, mesmo em 2019, Doha já estava posicionada como um importante destino de eventos esportivos, acolhendo tanto o Campeonato Mundial de Atletismo como o Campeonato Mundial de Clubes da FIFA. Nessa altura, estava claro que a ascensão da Ásia era mais um caso de realidade do que de profecia, na verdade, em outro livro publicado naquele ano, Fatima Bhutto anunciou três novos reis do mundo (Bollywood, Dizi e K-Pop), aos quais ela poderia agora adicionar nomes como a Premier League indiana (IPL) e a Pro Liga de futebol da Arábia Saudita.
O vento da Ásia
Este vento de mudança sopra há pelo menos duas décadas e não é simplesmente uma questão de onde os eventos esportivos são realizados ou de quais países têm grandes populações para os sustentar. Por exemplo, as empresas asiáticas estão a tornar-se, cada vez mais, grandes patrocinadores do esporte, com a China a contribuir com o maior número de patrocinadores globais dos Jogos Olímpicos. Caso contrário, pensemos no patrocinador da camisa da equipe do Real Madrid (a Emirates Airline, de propriedade estatal de Dubai) ou num dos parceiros mais proeminentes da Fórmula 1 – a Petronas (a empresa petrolífera estatal da Malásia) – e a crescente presença comercial da Ásia no esporte é clara.
Da mesma forma, há uma presença asiática crescente na governança esportiva, talvez ilustrada de forma mais pertinente por Nasser Al-Khelaifi. Presidente da Qatar Sports Investments, Al-Khelaifi liderou a aquisição do Paris Saint-Germain, clube francês da Ligue 1, do qual agora atua como presidente. Através desta função, conseguiu tornar-se presidente da Associação Europeia de Clubes (que representa organizações como o AC Milan e o Manchester United), o que, por sua vez, lhe garantiu uma posição no conselho executivo da UEFA. Tudo isto significa que um asiático está agora no centro de um dos órgãos de decisão mais importantes do futebol europeu.
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